Se tem algo que parece extremamente difícil de retratar no cinema com alguma verossimilhança, sem dúvidas é a imagem do adolescente. Na maioria das vezes, os personagens que vemos na tela são tão imaturos que se tornam bobos, previsíveis e sem uma gota de profundidade. Não que aos 16 ou 17 anos sejamos a imagem de um filósofo grego, porém vários diretores erram a mão na hora de retratar os dilemas dessa época. Além de John Hughes - que, aliás, sou suspeita para falar dele - poucos conseguem conversar com uma geração, e mostrá-la como ela realmente é. E a estreante mexicana Maria Torres consegue fazer isso com destreza em Com Amor, Anônima (2021), comédia romântica adolescente da Netflix . Relações virtuais e a Geração Z: um dilema à parte A começar pela escolha de narrativa, o ponto de partida são situações do cotidiano, mais precisamente, uma troca de mensagens que ocorre por engano. Na história, a jovem Valeria (Annie Cabello) está a poucos meses do fim do ensino médio, quando com
Certas situações na vida são tão únicas, que não há outro jeito: você apenas compreende a dimensão quando passa por elas. Com o luto, posso dizer que foi exatamente assim para mim. Desde que perdi meu pai há cerca de três meses, minha vida ganhou outro panorama. Tornou-se mais cinza, solitária e difícil em diversos aspectos. Após passar pela dor inicial que parece que vai te roubar o seu chão e todo o oxigênio disponível nos seus pulmões, comecei a ir atrás de qualquer coisa significativa sobre o luto. Artigos, livros, filmes, qualquer coisa que me ajudasse a compreender que tipo de dor é essa vinda de uma perda, capaz de nos rasgar no meio. Foi então que em algum momento dentro deste período me deparei com um livro lançado bem recentemente, e o qual o título me chamou a atenção quase de imediato, por parecer a leitura certa, na hora que mais preciso: Tudo bem não estar tudo bem . Talvez não tenha sido o título (um pouco clichê) que mais me chamou a atenção, mas sim a frase que vinha